Alguns títulos de renda fixa podem ser marcados a mercado ou na curva. Mas o que isso significa e como esses conceitos afetam o investidor?
Neste artigo, você entenderá o que é marcação a mercado e na curva, e como esses conceitos podem impactar suas decisões de investimento.
Além disso, abordaremos a recente determinação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA): a partir de janeiro de 2023, o crédito privado para pessoas físicas deve ser marcado a mercado.
Antes de começar:
Se preferir, você pode assistir ao podcast “Ouviu, Investiu!”, onde o head de Investimentos da Sacre, Rafael Martineli, explica com clareza o que é a marcação a mercado e na curva. Aproveite para aprender ainda mais!
O que é “marcação” na Renda Fixa?
A marcação na renda fixa é a atualização diária do preço unitário de um título.
Afinal, todo título de renda fixa possui um preço, e essa marcação reflete a variação diária desse valor. Ela é exibida ao investidor por meio da plataforma de investimentos, ou seja, o título é “marcado” conforme o preço atualizado.
Por exemplo:
Imagine que você tem hoje R$ 1.000,00 aplicados. No dia seguinte, o valor aumenta para R$ 1.001,00 (um acréscimo de R$ 1,00). Nesse caso, o título foi marcado a R$ 1.001,00.
Essa marcação pode ser feita de duas formas:
- A mercado
- Na curva
Mas qual é a diferença entre elas? Continue lendo para entender como cada tipo de marcação funciona e como ela pode impactar os seus investimentos.
Marcação na Curva: Entenda
Até 1º de janeiro de 2023, os títulos de crédito privado eram marcados na curva, mesmo quando havia a possibilidade de marcação a mercado.
Por exemplo:
Imagine que o investidor aplicou R$ 100.000,00 em uma debênture prefixada com rendimento de 0,1% ao dia, o que equivale a R$ 100 por dia.
Nos dias seguintes, ele verá sua aplicação evoluindo na plataforma da seguinte forma:
- Dia 1: R$ 100.100,00
- Dia 2: R$ 100.200,00
- Dia 3: R$ 100.300,00
E assim por diante.
Em resumo, na marcação na curva, o investidor acompanha a rentabilidade contratada, sem considerar oscilações no preço do título durante o período de aplicação. Isso significa que a marcação na curva é ideal para quem busca previsibilidade e não quer ser impactado por variações diárias do mercado.

Marcação a Mercado: Como Funciona
A marcação a mercado reflete o preço real de negociação do título, considerando fatores como taxa de juros, inflação e atratividade no mercado.
Dessa forma, o título pode ganhar ou perder valor de negociação. Isso significa que o investidor poderá vendê-lo por um valor superior ou inferior ao contratado, dependendo das condições de mercado.
Por exemplo:
No caso do título mencionado anteriormente, caso ele se valorize 0,2% em um dia (em vez de 0,1%), o valor exibido na plataforma será R$ 100.200,00, refletindo o preço real de negociação no mercado.
Em resumo, a marcação a mercado mostra a oscilação diária do valor do título, ajustando-o às condições reais do mercado financeiro, o que pode representar tanto uma oportunidade quanto um risco para o investidor.

Entenda a Determinação da ANBIMA
Em dezembro de 2022, a ANBIMA determinou que alguns títulos de renda fixa passariam a ser marcados a mercado.
Confira o comunicado oficial:
“A partir de 2 de janeiro de 2023, distribuidores de investimentos, como bancos e corretoras, deverão disponibilizar para os clientes os valores de referência para debêntures, CRIs, CRAs e títulos públicos federais (exceto Tesouro Direto) que eles possuem.”
Essa mudança tem como objetivo principal trazer mais transparência ao mercado, pois muitos investidores ainda desconhecem como funciona a cotação de títulos de crédito privado. Com essa medida, os clientes poderão acompanhar o valor real de negociação dos títulos, ajustado diariamente às condições do mercado.

O que Muda para o Investidor
Com a nova regra, se o investidor quiser vender seus papéis antes do vencimento, ele terá acesso ao valor real de negociação do título na data escolhida.
Esse valor é ajustado com base em:
- Oscilações na taxa de juros;
- Inflação;
- Atratividade do título no mercado.
Dessa forma, o investidor evita surpresas com ágio ou deságio no momento da venda antecipada.
Por exemplo:
Um investidor que antes via seu título marcado na curva com o valor “X” perceberá a diferença caso ele esteja valendo menos ou mais no mercado com a marcação a mercado.
De acordo com Rafael Martineli, head de investimentos da Sacre, essa mudança é um marco importante:
“É o mercado de renda fixa amadurecendo e se tornando mais transparente para o investidor.”
Leia também:
– Como investir em Títulos Privados
– Como funciona o investimento em Renda Fixa
Conclusão
A principal diferença entre marcação a mercado e marcação na curva está na forma como o investidor visualiza a rentabilidade ao longo do tempo.
Segundo a ANBIMA, essa mudança promove maior transparência e segurança para o investidor ao negociar seus títulos, permitindo uma visão mais realista do valor de mercado.
Por isso, como sempre recomendamos aqui no blog da Sacre, invista com o suporte de uma assessoria especializada.
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