Se você usa cartão de crédito todo mês e ainda escolhe cashback de 1% por segurança, é provável que esteja trocando férias em família por trocados que evaporam na conta.
A boa notícia é que você não precisa virar um “milheiro profissional” para destravar valor real. Com algumas decisões inteligentes, como escolher o cartão certo, concentrar gastos e aproveitar as janelas de transferência bonificadas, seus pontos deixam de ser migalhas e se transformam em uma moeda capaz de pagar experiências únicas (e, quando fizer sentido, até virar dinheiro no bolso).
Pense assim: usar o crédito sem pontuar é como abastecer o carro e deixar metade do tanque no posto.
Neste artigo, você vai descobrir como acumular, multiplicar e usar suas milhas com segurança. Sem atalhos milagrosos, sem promessas irreais: apenas método, paciência e estratégia.
O que são milhas aéreas e por que elas valem dinheiro
Muita gente ainda confunde pontos e milhas, como se fossem coisas totalmente diferentes. Na prática, ambas são moedas paralelas criadas para estimular sua fidelidade, seja ao banco, seja à companhia aérea.
Como funciona
Ao gastar no cartão de crédito, você acumula pontos no programa do banco (no caso do BTG, os Pontos BTG). Esses pontos podem ser transferidos para centrais como Livelo ou Esfera e, depois, convertidos em milhas em programas de companhias aéreas como Smiles (Gol), Latam Pass ou TudoAzul.
Onde está o segredo
A grande sacada está na conversão inteligente. Se você transfere seus pontos em um dia comum, o câmbio é “um para um”. Porém, se espera a hora certa, geralmente promoções como Black Friday ou campanhas de bonificação, os pontos podem se multiplicar em até 2x ou mais.
Exemplo prático
- Você acumulou 10.000 pontos BTG.
- Se transferir hoje, terá 10.000 milhas na Smiles.
- Se esperar uma promoção de 100% de bônus, os mesmos pontos viram 20.000 milhas.
Essa diferença pode significar, por exemplo, a passagem de ida e volta para o Nordeste, que custaria cerca de R$ 2.500, sem gastar um real a mais do que você já gastaria no cartão.
Ou seja, pontos e milhas são moedas reais, com cotação e mercado de compra e venda. O que muda é apenas onde estão depositados. E é justamente aí que muitos deixam dinheiro na mesa: não percebem o valor escondido por trás dessa moeda.

Como acumular pontos no dia a dia
O primeiro passo para transformar gastos comuns em viagens é entender que o cartão de crédito não é inimigo. Muito pelo contrário, ele pode ser seu melhor aliado quando usado com disciplina.
Sempre que você paga no débito ou em dinheiro, o custo é o mesmo. A diferença é que, no crédito, você está gerando pontos que, bem aproveitados, podem se converter em passagens ou até mesmo em dinheiro no bolso.
Exemplo simples
Imagine que você comprou um produto por R$ 85:
- Pagando no débito: você gasta R$ 85 e acabou.
- Pagando no crédito (cartão BTG Black, 2,2 pontos por dólar): com o dólar a R$ 5,50, essa compra gera cerca de 34 pontos. Parece pouco, mas somado às compras do mês, se transforma em uma montanha de pontos ao longo do ano.
É literalmente o ditado: “de grão em grão a galinha enche o bico”. Cada ida ao supermercado, cada abastecida no posto, cada assinatura de streaming: tudo isso pode virar parte da sua próxima viagem se você tiver a mentalidade de concentrar seus gastos no cartão certo.
Regra de ouro
- Se o débito não oferece desconto real, sempre opte pelo crédito.
- Pesquise cartões que ofereçam mais pontos por dólar gasto. No BTG Pactual, por exemplo:
- Black: 2,2 pontos por dólar.
- Ultra Blue: até 3,5 pontos por dólar em compras no exterior.
Em resumo, a escolha do cartão é o que separa quem apenas paga contas de quem transforma contas em viagens. contas de quem transforma contas em viagens.
Estratégias para multiplicar seus pontos
Acumular pontos é só o começo. O verdadeiro segredo das milhas está em multiplicar o valor do que você já tem. É justamente aqui que muitos se perdem e onde quem tem estratégia se destaca.
A lógica é simples
Não transfira pontos em qualquer dia. O ideal é esperar pelas promoções bonificadas, quando bancos e companhias aéreas oferecem percentuais extras na conversão.
Exemplo prático
- Você juntou 100.000 pontos BTG.
- Se mandar direto para a Smiles hoje, terá 100.000 milhas.
- Se aguardar uma bonificação de 30% na transferência BTG → Livelo, esses pontos viram 130.000.
- Depois, em uma campanha Smiles com bônus de 100%, podem virar 260.000 milhas.
Regras dessa etapa
- Tenha paciência: promoções aparecem poucas vezes ao ano, mas fazem toda a diferença.
- Monitore datas-chave como Black Friday, aniversários de programas e campanhas sazonais.
- Centralize pontos em parceiros estratégicos (como a Livelo) para ter mais flexibilidade nas transferências.
Em resumo: quem transfere no impulso ganha migalhas; quem planeja multiplica o patrimônio invisível que são as milhas.
Clubes de pontos e programas de fidelidade
Além do cartão de crédito, existe uma ferramenta que pode turbinar ainda mais o acúmulo: os clubes de pontos. Eles funcionam como uma assinatura mensal dentro dos programas de fidelidade (Livelo, Smiles, Latam Pass, TudoAzul), oferecendo bônus extras, promoções exclusivas e aceleração no acúmulo.
Como funciona
- Você paga uma mensalidade (por exemplo, R$ 50);
- Recebe milhas ou pontos todo mês, já na largada;
- Ganha acesso a promoções melhores do que quem não é assinante.
Vale a pena assinar?
Depende do seu perfil:
- Se você viaja frequentemente por uma companhia (ex.: Latam), ter o clube faz sentido.
- Se você não usa determinada companhia, não adianta pagar mensalidade à toa.
Regras de ouro dos clubes
- Assine apenas os que realmente vai usar;
- Aproveite promoções de adesão, quando o clube já entrega mais pontos do que o valor pago;
- Mesmo nos planos básicos, o retorno costuma superar o custo, porque o verdadeiro benefício vem nas bonificações.
Em outras palavras: os clubes não são obrigatórios, mas podem ser a diferença entre ganhar 50% ou 100% de bônus em cada transferência. É como jogar o mesmo jogo, mas sempre começar alguns passos à frente.
Cashback x Milhas: qual vale mais a pena?
Muita gente prefere o cashback por parecer mais simples: você gasta R$ 1.000 e recebe R$ 10 de volta, por exemplo. O problema é que, na prática, esse dinheiro acaba se misturando ao orçamento do mês e “evapora” sem gerar impacto real.
Com as milhas, a dinâmica é diferente: você acumula pontos em uma “caixinha separada”, que pode se transformar em experiências concretas, como uma viagem em família ou até uma passagem em classe executiva.
Comparação prática
- Cashback 1%: em um ano de gastos de R$ 25.000, você recebe R$ 250.
- Estratégia com milhas: os mesmos R$ 25.000 podem render cerca de 10.000 pontos. Se usados em transferências bonificadas e resgates inteligentes, esse saldo pode gerar uma economia de R$ 2.500 ou mais em passagens.
Ou seja, o retorno potencial das milhas é até 10 vezes maior do que o cashback.
Quando o cashback faz sentido?
- Para quem não tem disciplina para acumular pontos;
- Para quem gasta pouco no cartão e não pretende planejar viagens.
Mas atenção
Se o objetivo é maximizar valor e transformar gastos em conquistas, as milhas superam de longe o cashback. Afinal, elas não são só números: são momentos e experiências que você conquista sem tirar mais do bolso.o cashback. Afinal, elas não são só números: são momentos e experiências que você conquista sem tirar mais do bolso.

Como usar suas milhas de forma inteligente
Acumular e multiplicar pontos só faz sentido se você souber quando e como usá-los. Essa é a diferença entre quem “queima pontos” em prêmios pouco vantajosos e quem transforma milhas em passagens de alto valor.
O erro mais comum
Trocar pontos por eletrodomésticos, panelas ou gadgets em lojas parceiras. Nesses casos, o valor do ponto cai drasticamente e você acaba pagando “duas vezes mais” sem perceber.
A escolha inteligente
- Passagens aéreas: é onde está o maior retorno. Dependendo da promoção, você pode transformar o equivalente a R$ 250 em cashback em uma economia de R$ 2.500 em bilhetes aéreos.
- Upgrades de classe: sair da econômica e voar de executiva com o mesmo número de pontos, apenas escolhendo a janela certa.
- Venda de milhas: se não pretende viajar, pode vender em plataformas seguras, convertendo em dinheiro com cotação mais vantajosa do que o Pix imediato oferecido pelos bancos.
Regra de ouro
- Sempre calcule quanto vale o milheiro (1.000 milhas). Se o valor da passagem dividido pelas milhas exigidas for maior do que o preço de mercado, você fez um bom negócio.
- Planeje suas viagens com antecedência: milhas funcionam melhor com calma, não na urgência.
Em resumo: usar bem suas milhas é o que separa prêmios de baixo valor de conquistas que realmente transformam sua experiência de vida.
Deixar de perder para começar a ganhar
Milhas aéreas não são um “truque complicado”, mas sim uma estratégia de inteligência financeira. Você já gasta todos os meses no cartão, a diferença está em como transformar esse gasto em valor.
A chave é paciência e método. Quem age no impulso, ganha migalhas. Quem planeja, multiplica patrimônio invisível em forma de milhas.
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