Com os juros acima de 13% ao ano, a renda fixa volta a ficar atrativa. Mas, quais seriam as principais recomendações para cada tipo de perfil? Você sabe onde investir seu dinheiro?
Diante de um cenário de alta de juros, que não ocorre somente no Brasil, mas em nível global, na tentativa de conter a alta persistente da inflação, os ativos de renda fixa voltaram a ser os mais alocados no primeiro trimestre de 2022, superando as alocações em bolsa, isso segundo a Anbima.
Desse modo, esse movimento resultou de uma forte onda vendedora dos mercados acionários desde o início do ano.
Isso ressalta um movimento mais cauteloso por parte do investidor, que procura um porto seguro frente às fortes oscilações das bolsas.
E, pelo jeito, o cenário macroeconômico permanecerá volátil por algum tempo, com temores de recessão, tensões geopolíticas e as eleições presidenciais no Brasil, que também adicionam volatilidade tanto nos preços dos ativos, quanto na taxa de câmbio.
Diante disso, o que o investidor pode fazer para se proteger, sem abrir mão de boa rentabilidade? Na verdade, não existe segredo: o investidor deve manter uma carteira diversificada, tanto em classe de ativos, quanto de produtos, emissores e setores.
Diante do cenário exposto no início do artigo, apresento três possibilidades sobre onde investir seu dinheiro: estratégias de investimentos no cenário atual.
Títulos públicos na Renda Fixa
Dentro da classe dos títulos públicos, o investidor já pode iniciar a diversificação, como por exemplo em ativos de alta liquidez e com rentabilidade pós fixada como o Tesouro Selic.
Com isso, pode surfar a taxa de juros elevada, além de oferecer mobilidade para aproveitar oportunidades pontuais.
Os títulos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+, visam acompanhar a inflação e podem obter ganho real frente à escalada de preços.
Por fim, existem os ativos prefixados onde a taxa de rentabilidade já está definida no momento da contratação.
Mas, atenção! Durante o investimento desses dois últimos, poderão existir cenários onde a rentabilidade será negativa sabia disso?
Geralmente, o títulos públicos são mais procurados por perfis mais conservadores por se tratarem de ativos com risco soberano, mas existem muitos pontos a se levar em consideração nesta classe de ativo. O investidor precisa entender que a alocação em cada tipo de título deve estar alinhada ao seu perfil e momento de vida. Se existir necessidade do recurso no curto prazo, não deverá alongar os investimentos.
Da mesma forma, se tiver perfil mais arrojado e maior apetite ao risco, além de não precisar de um fluxo de caixa no curto prazo, poderá aproveitar os papeis mais longos, buscando capturar prêmio com a queda das taxas de juros futuros e com a marcação a mercado.
Crédito Privado
Nessa classe de ativos, o investidor poderá encontrar ativos também atrelados ao IPCA, mas, na maioria dos casos, isentos de imposto de renda, ou seja, com ganho real líquido.
Aqui, é importantíssimo entender que os prazos de vencimentos dos títulos poderão ser mais longos.
Ao contar com a expertise de uma assessoria de investimentos, o investidor poderá escolher títulos com melhor relação entre spread de crédito e qualidade do papel e do emissor.
Mas, não é só isso: também conta com uma gestão ativa de sua carteira de crédito privado.
Renda Variável
Sim, a bolsa também está muito atrativa (e barata), isso não significa que ela não possa cair mais, mas que os níveis de preços encontram-se mais favoráveis do que há um tempo atrás.
Certamente, a alocação nesse setor, também dependerá do perfil e momento de vida, além do nível de conhecimento sobre esse tipo de mercado.
Pode-se investir em ações através de fundos de investimentos em ações, para contar com a expertise do gestor e de sua equipe.
Também é possível automatizar carteiras recomendadas por analistas que são profissionais de mercado (conheça as carteiras do BTG).
Outra possibilidade são as estruturas montadas em conjunto com mesa de renda variável especializada, como a da Sacre.
Diversificação de ativos
Outras classes de ativos irão mitigar o risco de sua carteira de investimentos, como os fundos multimercados, por exemplo, que funcionam como um “coringa” para a estratégia, pois permitem a alocação em mercados de juros, bolsas, commodities e câmbio.
Ativos no exterior sempre contribuem para que haja uma descorrelação entre os ativos da carteira, isso diminui o risco do portfólio.
Mesmo que saibamos que haverão ainda muitos cenários de crises e turbulências lá fora mas, é importante reforçar que os benefícios dessa descorrelação serão muito mais visíveis no longo prazo.
Em resumo, muda-se a quantidade e distribuição dos ingredientes, mas a receita continua sendo a mesma: diversificação.