Marcação a Mercado e na Curva: saiba a diferença e o que muda para o investidor

Alguns títulos de Renda Fixa podem ter Marcação a Mercado e na Curva. Mas, o que isso significa e como esses conceitos afetam o investidor? Descubra neste artigo.

Alguns títulos de Renda Fixa podem ter marcação a mercado e na curva. Mas, o que isso significa e como esses conceitos afetam o investidor?

Além de explicar estes pontos, este artigo aborda a recente determinação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro (ANBIMA) de que, a partir de janeiro de 2023, títulos de crédito privado de pessoas físicas devem ter marcação no mercado. Boa leitura!

Tópicos deste artigo:
1. O que é “marcação” na Renda Fixa?
2. Marcação na Curva: entenda
3. Marcação a Mercado: como funciona
4. Entenda a determinação da ANBIMA
5. O que muda para o investidor
6. Conclusão

O que é “marcação” na Renda Fixa?

A marcação, na renda fixa, é a atualização diária do preço unitário de um título. Afinal, todo título de renda fixa tem um preço.

Assim, a marcação é o preço do título mudando, dia após dia, e a plataforma de investimento mostrando essa mudança ao investidor, ou seja, fazendo a “marcação”.

Por exemplo: imagine ter, hoje, R$ 1.000,00 aplicados e, no dia seguinte, R$ 1.001,00 (R$ 1 a mais). Neste caso, o título foi marcado a R$ 1.001,00.

Acontece que essa marcação pode ser “a Mercado” ou “na Curva”. Mas, qual é a diferença entre elas?

Marcação na Curva: entenda

Até o dia 01 de janeiro de 2023, os títulos de crédito privado são marcados na curva, apesar de terem marcação a mercado.

Então, imagine que o investidor aplicou R$ 100.000,00 (cem mil reais) em uma debênture prefixada que renda 0,1% ao dia, ou seja, R$ 100 por dia.

Nos dias seguintes, em sua plataforma, ele verá o título sendo cotado a R$ 100.100,00R$ 100.200,00R$ 100.300,00 etc. Enfim, R$ 100,00 ao dia.

Em resumo, na marcação na curva, ainda que o preço do título oscile por qualquer motivo durante os dias, o investidor verá a rentabilidade contratada.

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Marcação a Mercado: como funciona

Agora, vamos entender a diferença entre a marcação a mercado e na curva, que está relacionada à forma como essa rentabilidade será apresentada ao investidor.

Os títulos que têm uma parcela prefixada, sofrem as movimentações de mercado, como taxa de juros, inflação e sua própria atratividade em si.

Assim, ele pode ganhar ou perder valor de negociação, literalmente: o investidor pode vendê-lo mais caro ou barato.

Com isso, a marcação a mercado é o preço real de negociação daquele título no dia, dado todas as variáveis já mencionadas.

No exemplo anterior, caso o título se valorizasse 0,2% no dia (e não 0,1%), o investidor verá os mesmos R$ 100.100,00 em sua carteira. Na marcação a mercado, a rentabilidade seria exibida em R$ 100.200,00.

Legenda: Imagem ilustra os movimentos “na curva” e “a mercado”. Fonte: Sacre.

Entenda a determinação da ANBIMA

Em dezembro de 2022, a ANBIMA informou que alguns títulos de renda fixa deveriam ser marcados a mercado. Leia:

“A partir de 2 de janeiro de 2023, distribuidores de investimentos, como bancos e corretoras, deverão disponibilizar para os clientes os valores de referência para debêntures, CRIs, CRAs e títulos públicos federais (exceto tesouro direto) que eles possuem.”

A mudança é para viabilizar que o mercado seja mais transparente. Afinal, muitos investidores não conhecem a dinâmica na cotação dos títulos de crédito privado.

O que muda para o investidor

Com a mudança em vigor, caso o investidor queira se desfazer dos papéis antes do vencimento, saberá qual é o real valor do seu investimento na data escolhida.

Como mencionado acima, essa cotação leva em conta as oscilações da taxa de juros, inflação e atratividade do título. Assim, o proprietário do título não será surpreendido com ágio ou deságio no momento da venda antencipada do mesmo.

Por exemplo, imaginar que o título está valendo “X”, porque está marcado na curva, mas, no mercado, está valendo menos, diferença que seria possível observar na marcação a mercado.

Para o head de investimentos da Sacre, Rafael Martineli, essa mudança é um avanço para o investidor, dado a transparência. “É o mercado de renda fixa amadurecendo”.

Leia também:

Como investir em Títulos Privados
Como funciona o investimento em Renda Fixa

Conclusão

Em resumo, a diferença entre marcação a mercado e na curva está na forma como o investidor enxerga a rentabilidade contratada no tempo.

Sendo assim, a mudança, segundo a própria ANBIMA, visa maior transparência e segurança para o investidor na hora da negociação.

O ideal, como sempre alertamos aqui no blog da Sacre, é investir com suporte de uma assessoria. Clique na imagem abaixo e abra sua conta na Sacre.

Se preferir, você pode assistir ao podcast “Ouviu, Investiu!”, onde o head de Investimentos da Sacre, Rafael Martineli, explica a marcação a mercado e na curva.